Prêmio Sesc de Literatura anuncia os vencedores
- Branca Andrade
- 4 de set.
- 3 min de leitura
Fonte: Divulgação/Assessoria de Imprensa
Escritores foram selecionados entre mais de 2,4 mil obras inscritas nas categorias romance, conto e poesia
Escritores da Bahia, Minas Gerais e São Paulo venceram o Prêmio Sesc de Literatura da edição 2025. “Goiás”, do paulista Marcus Groza, foi o melhor Romance; o livro “Massaranduba”, de Abáz (BA), venceu na categoria Conto; e “Escalar cansa”, de Leonardo Piana (MG), foi o selecionado em Poesia. As obras foram escolhidas entre 2.451 inscritas, sendo 1.168 livros de poesia, 599 de contos e 684 romances. Os vencedores terão seus livros publicados pela Editora Senac Rio e recebem uma premiação em dinheiro no valor de R$30 mil cada.
Os autores vencedores serão apresentados ao público em uma cerimônia com noite de autógrafos no fim do ano. Após a publicação, os livros serão vendidos em livrarias online e físicas por todo país e distribuídos na rede de bibliotecas e escolas do Sesc, em todas as regiões. Os escritores participarão, ainda, de bate-papos e mesas redondas em eventos culturais promovidos pelo Sesc ao longo de 2026. A lista com todos os finalistas está disponível no site do Sesc.
Conheça os autores premiados

Marcus Groza é poeta, dramaturgo, professor e encenador. Tem doutorado em Artes Cênicas pela UNIRIO, é mestre em Artes pela UNESP e graduado em Filosofia pela USP. Participou com poemas falados em programas de TV e festivais; concebeu e codirigiu o espetáculo de dança-teatro “Woyzeck” (2021) e atua também como editor, tradutor e iluminador. Para o Prêmio Sesc de Literatura, embarcou em um novo gênero e escreveu o romance vencedor de 2025. “Meu hábito de ler foi estimulado pela minha mãe e comecei por Agatha Christie. A partir daí, a narratividade ganhou importância para mim e o meu chão se tornou a palavra, apesar de gostar de transitar por todas as áreas da arte”. “Goiás” mistura memória, crítica social e poesia, com forte carga simbólica e emocional. O protagonista, um cachorro farejador caramelo, que atua em operações de resgate, representa a resistência, a alegria e a dor diante da devastação humana e ambiental. A obra alterna entre missões de resgate e reflexões sobre a vida e a morte.

Abáz , nasceu em Salvador (BA), tem 31 anos, é formado em História pela UFBA, mestre (UFMG) e doutorando (USP) em Educação. Atua como professor na rede municipal de São Paulo. Começou a escrever em 2024, quando participou de oficinas de literatura e conseguiu vencer a timidez e mostrar os seus textos. “Comecei a escrever há exatamente um ano, em agosto de 2024, quando fiz a primeira oficina, e hoje me tornei vencedor do Prêmio Sesc de Literatura. Isso parece um sonho”. “Massaranduba” , sua primeira obra publicada, é uma coletânea de contos que retrata o cotidiano de personagens marginalizados em diferentes contextos urbanos e de periferias. O livro transita entre o trágico e o cômico, o absurdo e o real, revelando histórias de violência, afeto, fé e sobrevivência.

Estreante na categoria Poesia, Leonardo Piana nasceu em Andradas, Minas Gerais. Formado em Comunicação pela USP, é escritor e servidor público. Antes de se aventurar na poesia, escreveu dois romances. O primeiro, “Sismógrafo”, venceu o Prêmio Cidade de Belo Horizonte e foi finalista dos prêmios Jabuti, São Paulo de Literatura e Mix Literário. O livro também está em processo de adaptação para o cinema. “Tarde no planeta”, seu segundo romance, também venceu o Prêmio Cidade de Belo Horizonte e será publicado em setembro deste ano. “Eu tenho poemas que escrevi na primeira fase da infância guardados na casa dos meus avós. Meu interesse pela literatura e, principalmente, pela poesia, começou muito cedo. Para mim, ganhar o prêmio foi uma surpresa, porque eu não era poeta. Talvez agora eu esteja me tornando poeta também”. “Escalar Cansa” é um livro de poemas que entrelaça referências da mitologia grega com experiências contemporâneas de afeto, dor, resistência e identidade, revelando uma narrativa lírica que engloba memória familiar e o peso da existência.
O júri final do Prêmio foi composto por nove escritores, 6 mulheres e 3 homens.
A Premiação
Criado em 2003, o Prêmio Sesc de Literatura já recebeu cerca de 24 mil originais e revelou ao mercado editorial 43 novos autores. Os trabalhos inscritos são analisados por comissões julgadoras de diferentes regiões do país, compostas por renomados escritores, jornalistas e críticos literários. O processo de avaliação tem como base o anonimato tanto dos autores quanto do júri, garantindo a lisura do projeto e a liberdade de análise das comissões julgadoras, que fazem a seleção pelo mérito literário, com soberania sobre a decisão final. Os autores devem ser inéditos nas categorias pelas quais concorrem, ou seja, sem obras publicadas na categoria escolhida.
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